CONSTELAÇÃO FAMILIAR FOI PROIBIDA? Deixe de maluquice, e leia este texto. Vou tentar te ajudar a entender a “polêmica”.

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou nesta sexta-feira uma nota técnica, destacando a incompatibilidade no uso da Constelação Familiar como prática da Psicologia. O que isso significa? O que isso muda na prática do psicoterapeuta? O que é bom? O que não é? Qual minha opinião? Vamos lá: O que é resumidamente a Constelação […]

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou nesta sexta-feira uma nota técnica, destacando a incompatibilidade no uso da Constelação Familiar como prática da Psicologia. O que isso significa? O que isso muda na prática do psicoterapeuta? O que é bom? O que não é? Qual minha opinião? Vamos lá:

O que é resumidamente a Constelação Familiar? Uma ferramenta da psicoterapia que auxilia na localização de um conflito, onde por exemplo: problemas e dificuldades atuais podem ser influenciados por acontecimentos sofridos em gerações anteriores da família, mesmo que os afetados agora não tenham conhecimento do evento original. Isso se refere à relação entre problemas presentes e passados que não são causados pela experiência pessoal direta, explicando que situações não resolvidas pelos nossos antepassados atingem uma pessoa no agora. O objetivo é auxiliar a se dissociar desta ligação invisível, mas persistente.

O que o CFP entende disto?
Isso significa que a  Nota Técnica CFP nº 1/2023 destaca que o psicólogo NÃO deve fazer uso da ferramenta de Constelação Familiar. Mostrando, segundo a nota, que após análise dos fundamentos teóricos da prática, o CFP destaca incongruências éticas e de conduta profissional no uso da Constelação Familiar enquanto método ou técnica da Psicologia.

Isso significa que a Constelação Familiar está proibida? NÃOOOOO…. Esta nota serve apenas para a classe de psicólogos, e orienta que você não se deve dizer que é um (a) Psicólogo Constelador Familiar.

ENTENDA: A Constelação Familiar é uma ferramenta da psicoterapia e não da psicologia. Psicoterapia é livre e não passa por regulação do CFP. Para você entender melhor: nem todo psicólogo é psicoterapeuta, e a nota chama a atenção de que eles não escolham esta linha, como psicólogos. Assim como diversas outras ferramentas que o CFP (Conselho Federal de Psicologia) tem posicionamento contrário.

Um exemplo para você não ter dúvidas: Vamos dizer que o Conselho Federal de Medicina oriente que médicos receitem suco de maracujá e chá de camomila. Ao fazer isso, deste exemplo, eles não invalidam o suquinho e o chazinho… apenas dizem que segundo eles, o médico não deve passar isso aos seus pacientes. Mas o uso de suco de maracujá e chá de camomila são livres e não impede ninguém de usar, ou que a naturopatia, nutrição, etc etc… o recomendem. Sacou?

Ok. AGORA MINHA OPINIÃO:

Eu acho o CFP uma entidade arcaica, defasada, não atualizada, preconceituosa, politiqueira, e que atrasa o conhecimento, a atualização e a psicologia no nosso Brasil. MAS QUE NESTE PONTO ELES ESTÃO CERTOS. (Oxente, como assim Jordan?)

Eu trabalho com princípios da Constelação Familiar, ensino Constelação, e acho que mais de 80% do que fizeram com esta ferramenta é lixo. Qualquer ferramenta psicoterapêutica deve passar por atualização, adequação e qualificação do profissional que a aplica.

O CFP está certo, pois o psicólogo na faculdade não se qualifica para esta aplicação, e a maioria dos cursos que “ensinam” a Constelação estão defasados e atrapalham mais do que ajudam. É como se usar um manual de cirurgia no cérebro de 1945 para uma cirurgia amanhã. Este é o problema. A falta de noção e adequação necessárias.

A base conceitual da Constelação é muito útil se não for usada literalmente. A prática idem. O seu organizador, Hellinger, não é o dono do fenômeno de associação de cargas de antepassados. Este conceito é até bíblico: “… porque eu, o Senhor,o teu Deus, sou Deus zelo­so, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam. (Êxodos 20:5)

O curso de formação em Terapia Transpessoal Sistêmica TTS, o qual sou o criador, organizador, diretor e divido a docência, que já passou de uma década formando novos psicoterapeutas, e que caminha também com a ciência (possuímos um grupo de estudo e pesquisa GEPTTS com aval do CNPQ), ensina a base da Constelação Familiar, porém com muitas ressalvas e atualização necessária.

Ideias dos fundamentos originais que nos servem como: problemas com exclusão, necessidade de pertencimento, equilíbrio entre dar e receber, hierarquia, sagas familiares.

Ideias que NÃO reproduzimos: patriarcado de submissão, teoria de abusos, teoria de incestos, entre outras.

Nossa “Constelação” é bem diferente e já pensei em atualizar o nome da ferramenta, inclusive. Sempre digo que Constelação sozinha não resolve nada. É uma ferramenta que se bem usada, pode ajudar muito na questão de um paciente-cliente.

RESUMINDO – O CFP a meu ver está correto. Apenas deve-se usar a base da Constelação Familiar quem tem uma orientação e treinamento de excelência em relação a separar o útil do inútil. E a academia de psicologia não tem alçada e interesse para isso.

A Constelação Familiar deve ser dissecada à luz das necessidades atuais e jamais deve ser rígida ou vista como uma LEI ou REGRA. Como em tudo, existem os ortodoxos que querem realizar cirurgias com métodos de 100 anos atrás, e aqueles que arregaçam as mangas e atualizam os processos.

Psicoterapeutas podem continuar aplicando Constelação Familiar, e Psicólogos podem usar de seus princípios desde que não digam que é CF. O mais importante? Entender que tudo depende. Procure analisar profundamente a validade do que o cerca pelo equilíbrio entre teoria e prática onde sinta lógica, humanidade, padrões claros de bom senso.

Jordan Campos